Amor, o argumento irresistível
Francis Schaeffer, considerado um dos mais destacados líderes do cristianismo do século passado, disse que o amor é a apologética final. O amor não consiste de palavras, mas de atitudes. James Hunter, autor do livro O Monge e o Executivo, diz acertadamente que não somos o que falamos, somos o que fazemos. O próprio Filho de Deus é categórico em afirmar que somos conhecidos como seus discípulos pelo amor. Destacaremos aqui alguns pontos importantes para a nossa reflexão.
1. O amor é o argumento irresistível porque é a síntese da lei de Deus.
Os Dez Mandamentos tratam da nossa relação com Deus e com o próximo. Amar a Deus e ao próximo é a síntese da lei de Deus. Quem ama a Deus não busca outros deuses nem faz para si imagens de escultura para adorá-las. Quem ama a Deus não desonra seu nome, mas deleita-se em ter comunhão com ele. Quem ama ao próximo, honra pai e mãe. Quem ama o próximo respeita sua vida, sua honra, seus bens, seu nome, jamais cobiçando o que lhe pertence. O amor é o vetor que governa a vida do cristão.
2. O amor é o argumento irresistível porque é o maior de todos os mandamentos.
Quando perguntaram a Jesus qual era o maior mandamento da lei de Deus, Jesus citou o shema: “Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e toda a tua força”. E prossegue dizendo: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Esse era o credo de Jesus. O amor não é apenas a síntese da lei, mas também o maior mandamento da lei. No amor se cumprem a lei e os profetas. O amor a Deus e ao próximo não podem ser separados. O apóstolo João diz que não podemos amar a Deus a quem não vemos, se não amamos ao próximo a quem vemos. Nosso amor a Deus é provado pelo nosso amor ao próximo enquanto o nosso amor ao próximo é inspirado pelo nosso amor a Deus.
3. O amor é o argumento irresistível porque seu propósito não é agradar a si mesmo, mas entregar-se a si mesmo.
O amor em destaque não é um sentimento, mas uma atitude. Não é amor romântico, mas sacrificial. Não é amor apenas de palavras, mas de fato e de verdade. Não é amor que busca gratificação, mas amor que se sacrifica sem reservas. Porque Cristo nos amou, entregou-se por nós. De igual modo, devemos dar nossa vida pelos irmãos. O Senhor Jesus é absolutamente claro: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros: assim como eu vos amei”. Esse mandamento é novo porque Jesus não apenas nos dá uma ordem antiga, mas também, um modelo singular.
4. O amor é o argumento irresistível porque é a prova insofismável de que somos discípulos de Cristo.
A evidência maior de que somos discípulos de Cristo não é nosso conhecimento nem mesmo os nossos dons, mas o amor. Jesus é categórico neste ponto: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros”. O amor é a prova dos nove, o sinal mais visível, a marca mais distintiva, a evidência mais eloquente de que somos seguidores de Jesus. Aquele que não ama nunca viu a Deus, pois Deus é amor. Aquele que não ama ainda está nas trevas. Não somos salvos pelo amor, e sim pela graça; mas evidenciamos nossa salvação pelo amor. O amor não é causa da nossa salvação, mas sua evidência irrefutável. O amor não é apenas um apêndice da vida cristã, mas sua própria essência. Não é apenas um dentre tantos argumentos que evidenciam nosso discipulado, mas o argumento final, o argumento irresistível.
Fonte: Hernandes Dias Lopes
Dúvida bíblica respondida:Deuteronômio 24:16
Dúvida bíblica respondida: Como pode esta passagem (Deuteronômio 24:16) estabelecer que os filhos não serão mortos por causa dos pecados de seus pais, se há casos em que isso ocorreu, segundo outras passagens?
PROBLEMA: Deuteronômio 24:16 estabelece com clareza que os filhos não serão mortos em lugar dos pais, e que cada qual será morto pelo seu pecado. Entretanto, em 2 Samuel 12:15-18, o filho de Davi e Bate-Seba morreu em decorrência do pecado de Davi. Como então Deuteronômio 24:16 pode afirmar que os filhos não serão mortos pelos pecados de seus pais, se foi isso o que aconteceu com o filho de Davi?
SOLUÇÃO: Primeiro, a passagem de Deuteronômio refere-se a um preceito estabelecido, pelo qual o sistema legal de Israel funcionaria quando eles se estabelecessem na terra prometida. Segundo esse preceito, os tribunais humanos não teriam o direito de aplicar a pena de morte em filhos de pais culpados, se os filhos também não fossem pessoalmente culpados do crime cometido. Entretanto, o que restringe o poder dos tribunais humanos não restringe os direitos nem a autoridade de Deus.
Segundo, as Escrituras não dizem que o filho de Davi foi punido por causa do pecado de seu pai. O que elas dizem é que Davi foi punido por meio da morte de seu filho (2 Sm 12:14). Caso se considere que a morte do filho foi um modo injusto de punir Davi, deve-se lembrar que Davi confiou na justiça de Deus quando disse, com fé, com relação à criança que ele tinha perdido: “Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim” (2 Sm 12:23).
Davi creu que Deus a havia levado para si ao céu e que ele mesmo, Davi, estaria com ela quando morresse. Deus sempre age de acordo com a sua justiça, e as restrições que ele estabeleceu para os homens, como esta, são para que os homens não venham a perverter a justiça.
Do livro Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições da Bíblia”, Normam Geisler e Thomas How
Fonte: Maxmode
